Glosa ordinaria

#38 Poesia trovadoresca: as cantigas de escárnio e mal-dizer

Para dar início a este ciclo sobre as célebres cantigas galego-portuguesas que tantos de nós reconhecem como "A" literatura medieval por excelência, a Mariana e o Filipe avançam sobre o género menos prestigiado... ou pelo menos aquele de que menos se fala nos manuais, mas que tanto diz sobre arte poética, humor e acontecimentos históricos do período trovadoresco: as cantigas de escárnio e maldizer. 
Um episódio com "bolinha vermelha" ou muitos "biiiips" de censura que ficaram por acrescentar, já que, se os cancioneiros deixaram passar tantas palavras "explícitas", esperamos que os algoritmos deixem também!
Recursos de leitura:
Imagens da poesia europeia - I de Homero ao «Cancioneiro geral» de Garcia de Resende, por David Mourão-Ferreira: https://coloquio.gulbenkian.pt/cat/sirius.exe/do?issue&n=166
Página "Cantigas Medieval Galego-Portuguesas", por Graça Lopes e Manuel Ferreira (U. Nova de Lisboa, desde 2013): https://cantigas.fcsh.unl.pt/index.asp
Página "Universo Cantigas", por Manuel Ferreiro (U. Coruña, desde 2018): https://universocantigas.gal/
Alguns dos cantares lidos no episódio:
João Soares de Paiva, "Ora faz ost'o senhor de Navarra": https://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=1361&pv=sim
Airas Peres Vuitorom, "A lealdade da Bezerra pela beira muit'anda": https://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=1511&pv=sim
Afonso X, "Fui eu poer a mão noutro dia": https://universocantigas.gal/cantigas/fui-eu-poer-a-mao-noutro-di-
Afonso Lopes de Baião, "Em Arouca  ũa casa faria": https://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=1504&pv=sim
Pero Garcia Burgalês, "Maria Negra, desventuirada": https://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=1416&pv=sim
João Soares Coelho, "Maria do Grave, grav'é de saber": https://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=1440&tr=4&pv=sim
Afonso Lopes de Baião, "Sedia-xi Dom Belpelho em ũa sa maison": https://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=1503&tr=4&pv=sim
Fernão Garcia Esgaravunha, "Esta ama, cuj'é Joam Coelho": https://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=1544&pv=sim
Pero de Armea, "Donzela, quem quer entenderia": https://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=1626&pv=sim
Pero Garcia de Ambroa, "Pero d'Armea, quando composestes": https://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=1627&tr=6&nl=0&pv=sim
Afonso X, "Nom quer'eu donzela fea": https://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=479&pv=sim
Afonso X, "Nom me posso pagar tanto": https://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=484&pv=sim

#37 Afonso Henriques, o homem, o(s) mito(s), a(s) lenda(s)...

Uma das figuras incontornáveis da História e da cultura portuguesa, bem além da Idade Média, é Afonso Henriques. Tal como quase todos os fundadores, a personagem histórica reveste-se de uma aura mítica que muitas vezes nos dificulta saber quem é que ela realmente foi. Neste episódio, justificadamente longo dada a importância de Afonso Henriques, o Filipe e a Mariana juntam-se para tentar destrinçar o homem da(s) lendas, buscando saber de onde e quando surgem determinados motivos que hoje são indissociáveis do autêntico mito em que se tornou o primeiro rei de Portugal: uma cura milagrosa na infância, a maldição de D. Teresa, as intercessões do seu aio Egas Moniz, o milagre de Ourique... Muito para ouvir e descobrir no episódio desta semana!
 
Para saber mais, alguns trabalhos do Filipe:
Moreira, Filipe Alves. Afonso Henriques e a Primeira Crónica Portuguesa. Porto: Estratégias Criativas, 2008: https://www.estrategiascriativas.pt/livro/afonso-henriques-e-a-primeira-cronica-portuguesa-isbn-978-972-8257-83-5/?srsltid=AfmBOoo5qNXtkywPMZ5ciYiRMwZBh0_bOy1doQPkR1RyGNakS9SojZNA
Moreira, Filipe Alves. Obras Pioneiras da Cultura Portuguesa. Vol 2. Primeiros textos de pré-história, história e heráldica [introdução e edição, com Luísa Paolinelli, da IVª Crónica Breve de Santa Cruz de Coimbra]. Lisboa, Portugal: Círculo de Leitores. 2018: https://www.bertrand.pt/livro/primeiros-textos-de-pre-historia-historia-e-heraldica-jose-eduardo-franco/22267822
 
E sobre o túmulo de Egas Moniz: https://www.rtp.pt/play/p1623/e187209/visita-guiada

#36 História da arte, iluminuras e o retrato do infante D. Henrique...

Esta semana, o Glosa fala de história da arte e de iluminuras medievais. Exatamente o que é (ou não é) história da arte? Como se desenhavam e iluminavam manuscritos? Portugal era diferente do resto da Europa? E o homem do chapeirão, é ou não é o infante D. Henrique? Alguns dos temas para a conversa da Joana e do Filipe com a nossa convidada, a Catarina Tibúrcio.
Manuscritos mencionados no episódio...Ms. da Crónica de 1344 da Academia das Ciências: https://biblioteca.acad-ciencias.pt/SearchResultDetail.aspx?mfn=69157&DDB=
Crónica da Guiné: https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/btv1b10032760d/f1.item
Apocalipse do Lorvão: https://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=4381091
E a tese da Catarina: https://run.unl.pt/handle/10362/157330
 

#35 História do livro e codicologia

Olá, olá de novo! Depois de uns meses de hiato, o Glosa Ordinária retoma com algo muito importante para o estudo da cultura e da história de épocas passadas: história do livro e codicologia. Esta palavra pode assustar, mas   a área é indispensável: trata-se do estudo material de códices, esse objeto que ainda todos usamos mas foi inventado há séculos. O que são códices? O que os distingue de outros formatos de escrita? Qual a relevância do seu estudo do ponto de vista material? Como evoluíram os materiais e técnicas de escrita? A Joana e o Filipe explicam...
Ligações e documentos mencionados no episódio:
Codex rotundus: https://exhibits.stanford.edu/medieval/catalog/112-25182
 
Torah: https://pt.wikipedia.org/wiki/Sefer_Tor%C3%A1#/media/Ficheiro:K%C3%B6ln-Tora-und-Innenansicht-Synagoge-Glockengasse-040.JPG
Manuscrito Voynich: https://beinecke.library.yale.edu/collections/highlights/voynich-manuscript
Documento merovíngio em papiro: https://www.siv.archives-nationales.culture.gouv.fr/siv/rechercheconsultation/consultation/ir/consultationIR.action?irId=FRAN_IR_053826&udId=c-8wz562w4c--1r9zzs8khbjl3&details=true&gotoArchivesNums=false&auSeinIR=true&fullText=clotaire&optionFullText=ET
E o Museu do papel! https://museudopapel.cm-feira.pt/
O livro mencionado pela Joana, que está incluído no Plano Nacional de Leitura (https://pnl2027.gov.pt/np4/entreler/entreler_aler_infinito.html):
Irene Vallejo, O infinito num junco. Lisboa: Bertrand, 2020 (https://www.bertrand.pt/livro/o-infinito-num-junco-irene-vallejo/23990717?srsltid=AfmBOopNfDTPJ7A9fV83m8D33UPfgHvJbKnKiULnW1IusCx8l9nTTxjF)
Existe também em novela gráfica: https://www.bertrandeditora.pt/produtos/ficha/o-infinito-num-junco/29339334

#34 Glosa Ordinária em Frankfurt

Bom dia, boa tarde, boa noite… ou deveremos dizer buenos días, buenas tardes y buenas noches? Neste episódio, o último da temporada mesmo a pedir férias e descanso, tivemos Glosa fora de portas e de fronteiras: a Mariana e o Filipe juntaram-se ao Pedro na antiga capital do Sacro Império Romano Germânico, Frankfurt, onde estiveram à conversa com estudantes de literatura medieval hispânica. Uma conversa "en castellano", com um público muito interessado que nos encheu de perguntas sobre vários temas de literatura medieval e moderna… e nos deu ideias para o ano que vem! Bom proveito, boas férias! Despedimo-nos com amizade, até setembro!

#33 Entrevista com o modernista: István Rákóczi

Neste episódio fala-se de magiares, dos povos danubianos do coração da Europa; o Leste do nosso imaginário cultural e político. O convidado desta semana é István Rákóczi, da Universidade Eötvös Loránd, Budapeste, Professor Catedrático Convidado na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Em conversa com a Joana e o Filipe, esclarece-nos sobre aspectos da língua e cultura húngara, da história recente e menos recente do seu país e da aventura singular que o levou ao estudo do Português.

#32 Papas medievais: mitos e realidade histórica

No episódio desta semana, a Joana e o Pedro conversam com o Francesco Renzi (U. Católica) sobre alguns dos muitos mitos que a historiografia do século XX criou relativamente à história da igreja medieval. Da reforma gregoriana até à vassalagem de Afonso Henriques à Santa Sé, o Francesco vai desmontando algumas imagens que continuam a ser perpetuadas quando se pensa sobretudo no papado medieval. Será que existiu mesmo uma Papisa Joana? E quem foi Maurício Burdino? Intrigados? Então não podem perder este episódio!
Sugestões de leitura do Francesco Renzi:
- Glauco Maria Cantarella, Gregorio VII. Salerno Editrice: 2018. - Maria João Branco, D. Sancho I. Temas e Debates: 2010.- R. A. Fletcher, Saint James's Catapult: The Life and Times of Diego Gelmirez of Santiago De Compostela. Oxford University Press, 1984.- Agostino Paravicini Bagliani, La papessa Giovanna. I testi della leggenda (1250-1500). Sismel/Edizioni del Galluzo, 2021.

#31 Inês de Castro II

Inês (não) é morta! Século após século, a sua história foi recriada por poetas, pintores, músicos e outros artistas. Quem conta um conto acrescenta um ponto... ou uma cor ou um som. O Pedro, a Joana e o Filipe revisitam este percurso no segundo e último episódio dedicado a este mito verdadeiramente intemporal. Acompanhem-nos!
 
Maria Leonor Machado de Sousa (1984) Inês de Castro na literatura portuguesa. ICLP - Biblioteca Breve: https://aeaveiro.pt/biblioteca/index.php?page=13&id=4031&db=
Quarteto 1111 (1968) "Balada para D. Inês": https://www.youtube.com/watch?v=aDRDwVRJfKE
 

#30 Jogos e Idade Média

Porque estamos atentos às sugestões do nosso público, e não podíamos deixar passar este desafio, a Joana, o Filipe e a Mariana convidam o Jorge Salgueiro, da associação Quebra-dados, para falar sobre como surge a Idade Média nos jogos de mesa. Falando sobre os jogos, as representações medievais nos mesmos, o potencial que ainda está por explorar e o que podemos - público, editoras e medievalistas - fazer, a conversa sem dúvida que soube a pouco. Lancem os dados e venham ouvir connosco!
Para aguçar o apetite, dois espaços para jogar no Porto e Vila do Conde:
https://quebradados.com/
https://www.ajogar.com/
 

#29 Inês de Castro I

Mais do que personagem histórica, Inês de Castro é um mito histórico-cultural... e não só português. No episódio desta semana, o Filipe, o Pedro e a Joana falam do (pouco) que se sabe sobre a Inês histórica e do (muito) que sobre ela, e sobre o par Pedro e Inês, se escreveu entre os séculos XIV e XVI, entre sermões, crónicas, genealogias e poemas. Primeiro de uma série de dois episódios sobre este tema verdadeiramente intemporal.
Para saber mais:
https://www.academia.edu/94057415/In%C3%A9s_de_Castro_Leonor_de_Guzm%C3%A1n_e_Isabel_de_Liar_Del_romancero_al_mito_M%C3%A9xico_Frente_de_Afirmaci%C3%B3n_Hispanista_2022